Agarra o teu Guia Prático GRATUITAMENTE

Faz o download gratuito e dá o primeiro passo rumo a uma vida mais leve, consciente e alinhada com o que realmente importa.

Especial Verão Slow Living – Parte I

Verão…calor…férias…descanso…

E chegou a altura mais antecipada do ano! O estimadíssimo e mui aguardado Verão. Os meses mais cobiçados e que mais inspiram às atividades e aos prazeres que nos privamos a nós próprios o ano todo.

O jantar é feito ao pôr do sol, as noites são quentes; chega o período de férias mais longo que nos permite afastar da empresa com a resposta automática em email “encontro-me de férias, chateie outro colega”; e, claro, o tão ansiado subsídio de férias que, além de saldar aquelas prestações mais pesadas, vão nos permitir sentir um estado de à-vontade capital (ainda que passageiro).

Como qualquer pessoa normal e saudável, adoro o verão! Quem não?

O Verão é uma sinfonia de cores, cheiros, sabores, texturas e experiências. Parte do meu portefólio de experiências preferidas é estar sentada numa varanda às 22h, numa noite quente e arejada, a sentir o tímido vento passar entre as mechas do meu cabelo espraiado nas minhas costas.

Porque o verão também é esta poesia de sensações. E é esta quietude que aprecio mais nesta estação – o calor que nos inspira a estar mais lentos, mais slow. 

A minha experiência de Verão

Vou já abrir as hostilidades: odeio turismo de verão! Odeio ir para um hotel lotado de pessoas de volta da piscina, que bebem mojitos aldrabados, a música latina a bombar para enquadrar as férias dos hóspedes; filas de trânsito para aceder a uma praia igualmente lotada e barulhenta; restaurantes que servem sardinhas a pessoas-sardinha, encaixadas em mesas onde, entre elas, nem o empregado de mesa passa para deixar mais uma garrafa de verde fresco; dois subsídios de férias investidos numa semana de aluguer de uma casa mais desconfortável, impessoal e fria que a nossa.

Não me revejo em nada nestas práticas turísticas. Sendo transparente, para isso prefiro ficar no conforto da minha casa, poupar uns bons soldos e permanecer em tranquilidade.

Sempre procurei espaços e locais que:
  1. me ofereçam contacto ou imersão total na natureza

  2. localidades com pouca afluência

  3. propriedades rurais

  4. De preferência com produtos locais à disposição do hóspede (refeições tradicionais com ingredientes locais, decoração regional, fauna e flora autóctones, etc.)

  5. Preços simpáticos (claro!)

  6. Casas com cozinha

Quais as minhas prioridades nas “férias grandes”?
  1. Descansar e desconectar (obrigatório!)

  2. Desintoxicar os efeitos da cidade – ar, luz, barulho, poluição…

  3. Conhecer novos locais

  4. Visitar ex-libris e instituições de relevância cultural

  5. Comer… Comer bem e novo!

Cá dentro ou lá fora?

Em boa verdade, não interessa. Férias e descanso não se limitam por fronteiras.

Nunca fiz férias no estrangeiro (sim, sou árvore de raízes profundas; um cepo, na realidade), mais por motivos financeiros do que falta de espírito aventureiro e, portanto, parti à descoberta dos imensos cantinhos do nosso Portugal, especialmente no interior.

Sabemos que quando organizamos férias em outros países é porque há um mínimo interesse em conhecer a cultura e os costumes locais. Dessa forma, é muito natural que o turismo estrangeiro do país em questão (aka nós) se concentre nas cidades mais representativas.

Se eu gostaria de conhecer uma Veneza, ou uma Barcelona ou Maldivas, ou Indonésia? Gostaria, com toda a certeza, mas teria de estar muito virada para aí, pois sei que não iria estar nas minhas condições habituais e preferidas de férias.

Fora do escritório, mas dentro de casa.

Quando vários fatores se unem e nos impedem até de fazer férias em alojamentos turísticos, a nossa casa parece o substituto de bancada que só recorremos a quando nada mais está ao alcance.

E na realidade, fazer férias em casa pode ser mais engenhoso do que imaginamos. Não deixamos de “estar de férias” só porque não dormimos numa cama diferente. Bem pelo contrário: pode ser mais um teste slow que necessitamos.

Férias em casa não significam enclausuramento. Podes (e deves) organizar um plano de atividades que te permitam descansar e, claro, divertir, com os recursos que tens disponíveis na tua própria casa e na tua cidade.

Experiências Slow no Verão

Se este verão procuras umas férias mais slow, vou deixar-te aqui algumas dicas para um período de descanso bem merecido, para análise e reflexão.

(Muitas destas considerações já as praticava há muitos anos sem refletir, em consciência, no seu potencial Slow Living.)

Procura locais e propriedades que:

  • Te retirem do teu “habitat” diário – vivendo na cidade ou no campo, é importante desligares-te do teu cenário quotidiano, quer seja desfrutar da tranquilidade do interior ou contribuíres para o teu portefólio de experiências mais citadinas.

    (mas continuando nesta linha de valores Slow)

  • Te envolvam na natureza

  • Proporcionem uma experiência mais individualizada e com menor concentração de pessoas

  • Ofereçam experiências na natureza – incluindo ou não um serviço pago, usufrui dos espaços envolventes para fazer piqueniques, ler à sombra de uma árvore, alimentar animais, fazer caminhadas ou simplesmente dares-te ao dolce far niente

  • Tenham à disposição um menu inspirado e/ou construído a partir de produtos locais

  • Te permitam fazer umas férias produtivas sem comprometer o teu orçamento anual.

     

Estratégia geral de férias Slow:

  • Objetivos principais: descansar, desconectar e proporcionar experiências memoráveis a partir de atividades simples

  • Com família ou amigos, ou até mesmo a solo, procura momentos que te façam desfrutar dos detalhes de onde estás: o nascer e o pôr do sol, a beleza da flora/fauna envolvente, a arquitetura local, o falar das “gentes”, etc. …

  • Voltar a casa uma pessoa mais leve, consciente, de energias renovadas e com um conjunto de memórias que leva consigo para os escapes do quotidiano.

 

Orçamento:

  1. Não gastes o que não tens: as férias que tens planeadas valem mesmo a pena o investimento (principalmente por fonte de crédito)? Tens outras prioridades na tua vida para as quais o teu capital terá melhor aplicação? Este investimento vai implicar o equilíbrio financeiro pensando em trimestre, semestre ou ano?

  2. Planeia com detalhe q.b. o teu orçamento: estadia, alimentação e deslocação provavelmente serão as maiores fatias. Considera deslocação em transporte comunitário, alojamento com cozinha para poderes cozinhar, área envolvente do alojamento com experiências e lugares de interesse sem teres que pegar num carro.

  3. Consumo consciente sim, gastos sazonais não: ainda tens um fato de banho funcional? O chapéu está roto? A toalha de praia ainda tem as cores originais? Sabemos que as tendências são feitas para nos seduzirem e a sazonalidade é uma excelente prateleira de venda. Na realidade não precisas de 10 tipos de roupa de banho/praia diferentes. Assim como não precisas do novo conjunto de louça com limões e melancias pintados, a boia em forma de gelado/unicórnio/abacate, nem de flamingos de cerâmica para colocar uma planta artificial. Compra com consciência e conhecimento: não te deixes levar pela magia da compra do artigo colorido e “fun”.

Como aproveitar ao máximo os dias de férias?

Pode não parecer, mas eu já fui jovem um dia. Já tive 19 anos e já estive de férias com os meus amigos numa casa de aldeia com piscina, sem adultos a supervisionar, a comer, a beber e a jogar sem regras, sem horários, totalmente desprendida de hábitos e obrigações.

E sabemos que em férias queremos mais é rebentar com as algemas do tempo e dos limites.

Em boa verdade, mesmo sendo jovem de 19 anos, nunca achei que dormir até às 12h, almoçar às 15h, não tomar banho e estar de ressaca durante umas boas horas do dia, fosse propriamente produtivo.

Alguma organização, planeamento e previsão podem potenciar em muito os limitados dias de férias.

E desde que fui mãe, essa organização, planeamento e previsão fazem parte do dia a dia, de férias ou não. Nesse sentido, pais não têm grande margem de variação, apesar de haver idades mais flexíveis que outras.

Costumo pensar que as férias são como um género de booster: têm um efeito exponencial, mas muito breve. E nesse sentido, tento tirar partido ao máximo do tempo e do local.

Sugestões para absorver ao máximo as férias:

  • Levantar às mesmas horas do habitual ou apenas um pouco mais tarde: levantar “tarde e a más horas”, não só vai incutir um ritmo diferente ao corpo para depois termos que o repor, mas em piores condições (em plena semana de trabalho), como também nos vai privar da oportunidade de desfrutar da manhã que pode ser o período do dia muito mais produtivo. Além disso, em geral, as manhãs são menos movimentadas e mais saudáveis (menor temperatura e grau de radiação solar).

  • Tem atenção ao que comes e bebes antes e durante as férias: não há nada pior que passar as férias doente, maldisposto ou de ressaca.

  • Se puderes e conseguires, faz um planeamento de atividades, roteiros, restauração e outros suportes (supermercados, lojas, estações de abastecimento, etc.) para que pouca logística seja imprevisível. Reserva o espírito aventureiro para os passeios e as experiências 😊

  • Flexibilidade e expectativas saudáveis: pode parecer um pouco contraditório com o ponto anterior, mas nem sempre tudo corre como gostaríamos. Talvez não vás conseguir fazer tudo o que planeaste. Muito provavelmente os deuses da meteorologia não estarão a teu favor. E está tudo bem! Porque no dia que reservaste para visitar o monumento X tinha uma fila de 2km, ou a praia estava com bandeira vermelha e ventosa, ou simplesmente naquele dia estavas muito cansado e preferiste ficar no alojamento a dormir uma sesta. Está – tudo – bem! Repete: está tudo bem!

  • As irritações ficam de lado ou para o José de Pina: relaxa, estás de férias! Tanto quanto possível, foge dos problemas que te acompanham no dia a dia. Aliás, vê este período de descanso como a oportunidade que precisavas para praticares este género de desapego emocional com mais frequência. É a tua deixa para começares a implementar no teu quotidiano, momentos de esvaziamento mental.

  • Esta é só para encaixar de vez: NÃO HÁ TRABALHO!!! Férias é para curtir as cuecas e o pé descalço!

Um verão bem Slow!

Convido-te a desacelerar, a apreciar os pequenos momentos e conectares-te com a natureza e contigo próprio. Convido-te a encher as tuas férias de experiências simples e autênticas e que estas se enraízem nas tuas memórias.

Considera este artigo uma inspiração. Porque no fim do dia (ou neste caso, as férias) o importante é usufruíres desta estação conforme o que funciona melhor para ti (e para a tua família, caso se aplique), e adaptar as sugestões à TUA realidade. Lembra-te que não há receitas mágicas para nada, e com certeza que “mais” um verão não é exceção. O convite é feito à nossa consciência, às nossas prioridades e à nossa capacidade de viver mais no presente.

Que este seja um verão muito diferente! Que não chegues ao emprego e respondas de forma vazia “correram bem, mais umas férias…”. Que bebas muito deste néctar que é o sol e o calor.

Desejo-te um verão desacelerado e renovador!

 

Obrigada por estares desse lado!

Sara – Slow Living Portugal

Scroll to Top